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D. João Lavrador defendeu uma “fé operativa” e alertou para cristãos que vivem “fechados nas igrejas”
Centenas de peregrinos subiram até ao alto da Serra d’Arga para cumprir a devoção a Nossa Senhora da Conceição do Minho. A celebração eucarística decorreu no Santuário que lhe é dedicado, e foi presidida por D. João Lavrador que afirmou que “ser cristão não se limita ao interior dos templos”, desafiando os fiéis a viverem uma fé ativa no meio da sociedade.
“Não podemos viver a nossa fé só dentro da igreja. A missão do cristão é no mundo, no trabalho, nas famílias, no meio da sociedade”, afirmou o Bispo diocesano, alertando para o perigo de uma fé acomodada. “Limitamos a nossa prática cristã ao contexto litúrgico, aos Domingos. E esquecemo-nos de que somos cidadãos. A Igreja tem cidadania, os cristãos têm cidadania”, acrescentou.
Para D. João Lavrador, ser discípulo de Cristo é “responder com generosidade e ousadia ao chamamento”, e ser, no dia a dia, sinal de transformação. “O cristão não pode esconder-se. Deus não nos chama para uma fé escondida, mas para sermos nova criatura e isso começa na relação com os nossos irmãos”, sublinhou, lembrando que “todos os batizados são discípulos missionários”.
Reconhecendo que os cristãos “nem sempre têm consciência de que participam na missão”, o Bispo diocesano frisou que o trabalho de cada um é “preparar o encontro com Jesus”. “Quando elogiam a sua fé, Maria responde com uma fé operativa. A partir dela, tudo recomeça. O mundo já não é igual”, exemplificou.
Por fim, D. João Lavrador afirmou que “todas as gerações” são chamadas a construir “uma nova humanidade” na fraternidade. “Só se transforma o mundo se nos reconhecermos como irmãos. E é em Jesus Cristo que o nosso irmão maior se revela”, concluiu.